16 abril, 2011

A morte do entretenimento no cinema ocidental?

Há hoje uma regra que vinga no cinema de ação ocidental, ou de hollywood, se preferirem: a de que quanto mais se aproximar da realidade, melhor serão as sequências de porrada e explosões. Ora, quanto a mim este é o pior rumo a tomar. O cinema enquanto entretenimento não se pode tornar muito sério - ter uma ou outra referência política, algumas mensagens subliminares, críticas à sociedade, etc? Ok, no problem. Mas querer que cenas de pancadaria e explosões sejam o mais próximo da realidade é afastar do cinema de entretenimento aquilo que ele tem de melhor, que é escapar à própria realidade. Quando vejo filmes como o Battle Los Angeles não quero ver elegias aos Marines Norte-Americanos nem propaganda fácil ao ideal de liberdade de um império em ruínas. Queria sim ver um filme em que aliens invadiam a Terra, raios laser trespassavam humanos, descobrir que os aliens afinal faziam parte de uma máfia inter-estelar que ocupava planetas para lhes controlar recursos naturais, e que eram esses próprios aliens, com a sua tecnologia extremamente elevada, capaz de os fazer não só viajar através do espaço como através do tempo, que manipulavam as formas de vida nos planetas de forma a que quando regressassem a maioria do trabalho já estava feito, tentando sempre não deixar essas civilizações evoluir demasiado para ser mais fácil evitar problemas... Queria ver qualquer coisa assim, não queria ver um filme tão "sério" sobre aliens porque não era essa a premissa que passava pelos trailers, nem muito menos ver um filme que só pretende passar a ideologia morta de que os americanos são os maiores e que sem eles não há liberdade no mundo. Ainda há 2 anos saiu o District 9, e se querem fazer um filme de aliens que se aproxime da realidade, podem começar por aí. E mesmo esse filme não se levou tão a sério quanto este Battle L.A., e é essa uma das razões pela qual ele é tão bom, na minha opinião.

Deixo-vos com um video sobre um género de ação que se perdeu na viragem dos anos 80 para os 90. Era esta ação, muitas vezes nonsense, que fazia com que saíssemos do cinema com um sorriso na cara pensando que tudo era possível, e mesmo que tudo não fosse possível, naquela hora e meia tinha sido. Sim, este vídeo é exagerado. Mas quem não se rir com isto tem sérios problemas de humor.

8 Comments:

At 17.4.11, Blogger naSum said...

Este vídeo é grande!!!!

 
At 17.4.11, Blogger Luis said...

Eu não me ri com este vídeo e acredito na integridade do meu humor - talvez não tenha percebido a honestidade da cena ;)

 
At 17.4.11, Blogger Scometa said...

Ya ;)

 
At 18.4.11, Blogger ::Andre:: said...

Eu não preciso de ver o Battle LA para saber que é um filme de "elegias aos Marines Norte-Americanos, propaganda fácil ao ideal de liberdade de um império em ruínas, que os americanos são os maiores e que sem eles não há liberdade no mundo", basta-me o trailer e, lá está, saber que é americano. Mas provavelmente via-o numa daquelas tardes caseiras onde a preguiça só não supera o telecomando e os intervalos dão para ir à cozinha. Numa noite de borga, esse Chuck Norris indiano talvez fizesse sentido e numa ida ao cinema provavelmente optaria por um District 9. Resumindo, ainda bem que há espaço e filmes para todos os gostos. E por falar nisso, creio que o meu último continua a ser o dinamarquês que venceu o Oscar. Sugestões?

 
At 18.4.11, Blogger Scometa said...

Olha, eu vi ontem o The Mechanic e sim, ali está uma bela película de ação protagonizada pelo schwarzenegger do séc. XXI, o jason Statham. Nada de próximo de um grande filme, mas todos os ingredientes do anti-heroi, do hitman eternamente solitario que deve aceitar que esse é o seu destino. As cenas de pancadaria são porreiras, com a dose certa de exagero que um bom filme de ação deve ter.

 
At 18.4.11, Blogger Catacombo said...

André, a minha sugestão é esta: não ver o Battle Los Angeles! :P

 
At 21.4.11, Blogger Mafarrico said...

o fatelismo funcionava quando eramos mais míudos

 
At 21.4.11, Blogger Mafarrico said...

ainda há dias vi os Rambos todos, e, mais uma vez, também eu queria um arco de flechas explosivas

 

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